CICLO DO AÇÚCAR
Sumário:
1. Introdução
............................................................................................................... 03
2. Surgimento
da Economia Açucareira
...................................................................... 04
3. Desenvolvimento
da Economia Açucareira
............................................................. 05
4. Desarticulação
da Economia Açucareira .................................................................
07
5. Encerramento
da Economia Açucareira
.................................................................. 08
6. Conclusão.................................................................................................................
09
7. Bibliografias.............................................................................................................
10
1. Introdução:
O ciclo
da cana-de-açúcar foi a primeira atividade economicamente organizada do Brasil.
A partir da fundação do primeiro engenho de cana-de-açúcar pelo Sr Martins
Afonso de Souza, em 1532, e por mais de dois séculos o açúcar foi o principal
produto brasileiro, convivendo, contribuindo e, às vezes, resistindo às
mudanças sócio-politico-culturais deste período.
Este
estudo visa resgatar o período de reinado do açúcar, enquanto “embaixador” do
Brasil, colônia portuguesa recém descoberta e sem maior expressividade ou mesmo
importância econômica, na Europa dos séculos XVI a XIX.
Serão
enfocados, neste trabalho, características como motivo, facilitadores,
dificultadores, pressões, conflitos e conseqüências decorrentes do ciclo da
cana-de-açúcar.
A
necessidade de colonizar a terra para defendê-la e explorar suas riquezas
fizeram com que o Governo de Portugal instalasse engenhos produtores de açúcar
no nosso litoral, essa cultura foi
escolhida por se tratar de um produto de alto valor no comércio europeu e por
seu consumo crescente na Europa.
Logo,
após as dificuldades de sua implantação - a falta de dinheiro para montar a
moenda, comprar escravos, refinar o açúcar e sobretudo transportá-lo nos
mercados consumidores da Europa - o açúcar tornou-se o principal produto
brasileiro e foi a base de sustentação da economia e da colonização do Brasil
durante os século XVI e XVII.
Já
no século XVIII o surgimento do açúcar de beterraba e a formação dos
conhecimentos e técnicas para construção de uma indústria açucareira por parte
dos holandeses fizeram com que nosso principal produto entrasse em decadência e
perdesse mercado consumidor na Europa. Assim, acabaria o monopólio do açúcar e
alteraria o quadro político-econômico da época em nosso país.
2. Surgimento da Economia Açucareira:
No início da colonização
Brasileira o governo metropolitano
resolveu estimular alguns portugueses a instalarem engenhos para produzirem
açúcar no litoral do Brasil. Era preciso efetivar a aposse da terra para
defendê-la e também explorá-la em suas riquezas. Optou-se pela cana de açúcar
por se tratar de uma cultura rápida, chegando ao corte a partir do segundo ano
e também devido ao tipo de solo existente, o massapé excelente para o plantio
de cana. Além disso o Nordeste, por sua localização estratégica, permitia fácil
escoamento do açúcar produzido estando mais próximo dos mercados consumidores.
Outro fator que contribuiu na decisão de cultivar a cana, foi o preço do açúcar
alcançado no comércio europeu.
O consumo do açúcar , em
ascendência na Europa, logo seria o
principal produto Brasileiro - séculos XVI e XVII - tornando o açúcar a base de
sustentação da economia e da colonização do Brasil durante estes períodos.
A utilização do açúcar
como adoçante, em substituição ao mel, causou na Europa do século XVI uma
revolução comportamental e comercial uma vez que o produto era usado
anteriormente apenas como remédio. Esse Fato destacou o Brasil, como grande
produtor de açúcar, no mercado europeu.
A cultura da cana de
açúcar propiciava aos donatários de terras da ocupação das mesmas pois povoados
se formavam em torno dos engenhos. O primeiro engenho foi instalado por Martins
Afonso de Souza, em 1532.
Foram grandes as
dificuldade encontradas para desenvolver o ciclo do açúcar, tais como: dinheiro
para montar as moendas, comprar escravos, transportar os colonos brancos,
comprar navios para transportar os equipamentos e sustentar os trabalhadores
até que a produção do açúcar desse lucro, além da preocupação com o refino e comercialização do produto.
Os holandeses surgem, então,
como financiadores, transportadores e negociadores do nosso açúcar no mercado
consumidor europeu. Podemos dizer que foram os holandeses o maiores
beneficiados de forma lucrativa com o nosso açúcar.
A produção do açúcar no
brasil se tornou motivo de grandes invasões, como as holandesas ocorrida em
Pernambuco, maior produtor de açúcar. Estas invasões resultaram em grande perda
de engenhos, muitos destruídos, causando um retrocesso na economia, que logo se
recuperou pois o declínio da mineração, no final do de século XVII, permitiu um
novo florescimento da economia açucareira, não só em Pernambuco, e na Bahia
onde era tradicional, mas também na região de Campos e em algumas zonas de São
Paulo. Essa economia teve como classe dominante os grandes proprietários
senhores de engenho, que eram também os donos de escravos (classe dominada) e
os donos do poder.
3. Desenvolvimento da Economia Açucareira:
Os centros urbanos que se desenvolveram em áreas
especializadas na cultura da cana e no fabrico do açúcar foram, no Brasil, os
pontos que se tornaram os mais desenvolvidos em valores da nossa cultura moral,
intelectual, religiosa, científica e artística.
Em 1560, Portugal ganhava ascendência no comércio europeu, com o açúcar fabricado no Brasil. Com o êxito do açúcar no comércio, o governo português incentivou a expansão das fábricas em sua colônia tropical americana. Com isso Portugal estava, com estímulos oficiais, desenvolvendo a economia brasileira. Lavoura extensivas de cana-de-açúcar surgiram para alimentar os engenhos. Estes por sua vez eram instalados à beira-mar ou nas proximidades dos rios por necessidade não só de seu funcionamento como também pela questão de transporte do produto. Ao lado do canavial, nascia a agricultura de subsistência, para atender a crescente necessidade de alimentos para a casa grande, a senzala e a pequena parcela de assalariados livres. A propriedade rural, verdadeiro feudo, era, então, assim formada:
A casa-grande onde vivia o senhor com sua família,
exercendo grande autoridade sobre todos. Era um verdadeiro patriarca.
A senzala era uma grande construção onde os
negros escravos viviam miseravelmente, tratados como animais e sujeitos a toda
a sorte de violência e castigos.
A
capela onde se realizavam as cerimônias religiosas. Além, de centro
religioso, a capela era um centro social, pois nela se reuniam todos os homens
livres do engenho e das proximidades.
E a moenda, onde a cana-de-açúcar era moída. O caldo
corria da moenda para os tachos por meio de calhas. Dos tachos, o caldo era
retirado em vasilhas de cobre e levado para a caldeira, onde era fervido e
mexido pelos escravos, que tiravam as impurezas e a espuma.
O rápido desenvolvimento da
indústria açucareira, fez com que o governo português não se limitasse só a fabrica
de moenda e engenho de água, mais numa
busca rápida desta lavoura, graças à uma abundante mão-de-obra indígena
existente já nas colônias deste século ligada a essa atividade. O começo da
colonização se deu em pequenas comunidades que teve importante papel na
especialização de mão-de-obra dos escravos. Logo depois veio a mão-de-obra dos
escravos africano, que chegou para a expansão da empresa, quando os lucros
já se encontravam assegurados. Era um
sistema de produção rentável e capitalizado.
Durante o ciclo do açúcar ocorreu a ocupação Holandesa no Brasil. Desde o
início do ciclo do açúcar, notava-se o interesse comum entre portugueses e
flamengos. Logo após a ocupação holandesa em 1580, os flamengos começaram a
trabalhar em Pernambuco registrando-se uma exportação de 512.273 arrobas de
açúcar branco, mascavo e “de panela”. Foram também os Holandeses que trouxeram
as moedas metálicas para o Brasil.
Durante o domínio holandês
foi estimulada a imigração, para Pernambuco e capitanias vizinhas, de europeus
qualificados como senhores de engenho ou agricultores, entre eles muitos judeus
ricos, oriundos da Holanda, da Alemanha, da Hungria e da Polônia, os quais
também adquiriram seus engenhos.
Quando Portugal conseguiu
finalmente expulsar os flamengos, que haviam passado a dominar o processo de
fabricação do açúcar, estes foram para as Antilhas e lá desenvolveram a
produção do açúcar. Assim, Brasil e Antilhas assumiram, durante os séculos XVII
e XVIII, o papel de abastecedores de açúcar para o mercado europeu.
4. Desarticulação da Economia Açucareira:
Quando Portugal foi
absorvido pela Espanha modificou-se profundamente o quadro político-econômico do Brasil, surgindo o
interesse da Holanda em controlar o comércio do açúcar. Desse interesse surge
uma guerra sem quartel contra a Espanha. Como efeito dessa guerra temos o
controle, por parte dos holandeses, do transporte e comercialização de açúcar
na Europa do século XVII.
Do século XVIII ao XIX o açúcar continuou a ter importância
na economia do nosso país, embora o café viesse a se tornar o principal produto
brasileiro. Mas pouco a pouco o açúcar perdeu mercado e foi deixando de ser a
base de sustentação da nossa economia.
Outros
acontecimentos que prejudicaram o açúcar brasileiro foram o Bloqueio de
Napoleão Bonaparte contra os navios ingleses transportadores de açúcar do nosso
continente para o mercado consumidor
europeu e o aparecimento do açúcar de beterraba, o chamado “açúcar alemão”.
Esse novo produto foi utilizado pelos países consumidores como um produto
substituto ao açúcar da cana, ocorrendo o agravamento da crise do nosso açúcar
e os maus efeitos decorrentes da monocultura latifundiária em nossa economia.
Com todos esses problemas e
com o descaso do Governo de Portugal em relação a sua colônia ocorreu a
desarticulação da economia açucareira no Brasil, isso tendo como forte aliado:
o preconceito em relação ao clima e a relação de inferioridade do nosso povo.
Em suma, alimentávamos, em relação a nós próprios, praticamente todos os
preconceitos e aprendemos a valorizar e admirar o alheio, o que é estrangeiro,
e menosprezar o que é nosso, chegando a ter vergonha de nós mesmos.
5. Encerramento da Economia Açucareira:
A guerra realizada pela Holanda contra a Espanha
modificou a nossa colonização, os grandes beneficiados foram os holandeses que
passaram a ter praticamente todo o comércio dos países europeus realizado por
mar, pois, era o meio de transporte mais rápido e importante da época. Sendo que,
no Brasil, os batavos detiveram o controle da produção do açúcar, sendo um
grande modificador para nossa economia.
Os holandeses, enquanto
estiveram no Brasil, adquiriram todo o
conhecimento de técnicas e organizações da indústria açucareira, pois, era isso
o que eles precisavam para implantarem uma nova base industrial. A partir desse momento, estaria perdido o
monopólio e alterado os dois grupos representativos da época, os portugueses
produtores e os holandeses financiadores.
Assim, a partir de meados do século XVIII e durante
todo o século XIX, o preço do açúcar permaneceu reduzido à metade. Sem recursos próprios para conter a
desvalorização do açúcar o Governo de Portugal e os produtores portugueses
mudam atenção para o café, no século XIX.
Dessa forma houve no próprio
funcionamento do ciclo do açúcar, elementos negativos que impediram sua
viabilidade ao progresso. Ocorrendo, então, o encerramento do monopólio da
economia açucareira que manteve sua importância, porém deixou de ser o
principal produto e a base de sustentação da economia brasileira.
A essa altura já se ia
encerrando o ciclo do açúcar tendo como conseqüência o êxodo da população para
a região de mineração no interior do Brasil.
6. Conclusão:
A cultura
do açúcar surgiu, no Brasil, pela necessidade de colonizar a terra, para
defendê-la e para explorar suas riquezas.
A
importância dessa cultura pode ser exemplificada pelo interesse dos holandeses,
que atravessaram mares para invadir Pernambuco, à época maior produtor de
açúcar. Mesmo quando expulsos, os holandeses não abandoaram a produção de
açúcar. Optaram pela transferência do know how do cultivo da cana e refino do
produto para as Antilhas que, ao lado do Brasil, dominaram o comércio de açúcar
na Europa nos séculos XVII e XVIII.
Embora
essa cultura tenha sido responsável pela base de sustentação da economia e da
colonização do nosso país durante os século XVI e XVII, o governo português não
assegurou à sua colônia condições para manutenção do monopólio sobre seu
domínio, que primeiro passa aos holandeses e posteriormente é compartilhado com
os mesmos.
Também
contribui para o declínio do produto a perda de importância do mesmo no mercado
europeu em decorrência ao surgimento do açúcar de beterraba.
Assim, no século XIX, o açúcar deixa de ser
principal produto nacional papel que passa, então, a ser exercido pelo café.
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