POVOS MESOPOTÂMICOS
Mesopotâmia é uma palavra de origem grega que significa “entre
rios”. Na Antigüidade, deu-se o nome de Mesopotâmia à região compreendida entre
os rios Tigre e Eufrades, que nascem nas montanhas da Turquia e desembocam no
Golfo Pérsico. De maneira geral, a antiga Mesopotâmia corresponde ao atual
Iraque.
A Mesopotâmia apresentava duas regiões
bastantes diferenciadas: uma montanhosa e árida localizada no norte, e outra
localizada no sul, onde as cheias periódicas dos rios Tigre e Eufrades
fertilizavam os vales, possibilitando o desenvolvimento da agricultura.
Na Mesopotâmia estabeleceram-se vários
povos que deram origem a grandes civilizações: sumérios, amoritas, assírios e
caldeus.
SUMÉRIOS
Os criadores da primeira grande
civilização mesopotâmica foram os sumérios.
Provavelmente originaram a Ásia central,
os sumérios, por volta do ano 3500 a.C., fixaram-se ao sul da Mesopotâmia, na
região em que os rios Tigres e Eufrades desembocam no Golfo Pérsico. Aí
estabelecidos, desenvolveram técnicas hidráulicas para armazenar a água que
seria usada nos períodos de seca e para controlar as cheias dos dois grandes
rios, evitando a destruição das plantações.
Os sumérios desenvolveram um sistema de
leis baseados nos costumes, foram habilíssimos nas práticas comerciais e
criaram o sistema de escrita cuneiforme, assim chamado porque escreviam
em plaquetas de argila com um estilete em forma de cunha.
Os sumérios organizavam-se politicamente
em cidades-Estados como Ur, Nipur e Lagash. Cidade-Estado é a comunidade
urbana soberana, ou seja, uma unidade política com características de Estado
soberano.
Cada uma dessas cidades era independente
e governada por um patesi, que exercia as funções de primeiro-sacerdote
do deus local, governador, chefe militar e supervisor das obras hidráulicas.
Depois de longo tempo de autonomia, as
cidades sumerianas se enfraqueceram, devido às lutas pela gemonia
política. O enfraquecimento possibilitou as invasões de vários povos semitas.
AMORITAS: O Primeiro Império
Babilônico
Entre os invasores estavam os amoritas,
que se estabeleceram na cidade de Babilônia, Na Média Mesopotâmia.
Hamurábi, omais importante rei da
Babilônia, tornou-se famoso por ter elaborado o primeiro código de leis
escritas de que se tem notícia. As punições previstas pelos Código de
Hamurábi variarvam de acordo com condição social da vítima e do infrator.
Dele se extraiu a Lei de Talião: “Olho por olho, dente por dente...”
Sob o comando de Hamurábi os babilônios
conquistaram toda a Mesopotâmia e criaram um Estado unificado. Nascia então o primeiro
Império Babilônico. Cada cidade passava a ser governada por
homensescolhidos pelo imperador.
ASSÍRIOS
Depois da morte de Hamurábi, o esplendor
da Babilônia não durou muito. Anos mais tarde toda a Mesopotâmia foi
conquistada pelos assírios, povo que vivia nas regiões áridas e inférteis do
norte mesopotâmico, em cidades como Nínive e Assur.
A crueldade era uma das principais
características dos querreiros assírios. Para eles a guerra era essencial, pois
viviam do saque, da escravidão e dos impostos e tributos pagos pelos povos que
submetiam.
O império assírio foi destruído em 612
a.C. pelos caldeus.
CALDEUS: O Novo Império Babilônico
Com os caldeus, A Babilônia recuperou
seu resplendor. No reinado de Nabucodonosor, o Novo Império Babilônico
atingiuseu apogeu. Suas terras se estendiam por quase todo o Oriente Médio,
limitando-se com o Egito.
A Babilônia enriqueceu-se e embelezou-se
com grandes obras publicas, como os até hoje famosos jardins suspensos
construídos por Nabucodonosor, tornando-se a mais notável cidade do Oriente .
Em 539 a.C. a Babilônia foi conquistado
pelos exércitos dos persas. A vitória foi facilitada pelo apoio dos sacerdotes
e comerciantes babilônicos, que se aliaram aos invasores em troca da manutenção
de seus privilégios.
SOCIEDADE E ECONOMIA
Independentemente dos povos que ocuparam
a Mesopotâmia, podemos generalizar e dividir a sociedade, nos diferentes, em:
classes privilegiadas (sacerdotes, nobres, militares e comerciantes) e
não-privilegiadas (artesãos, camponeses e escravos).
No topo dessa organização socialestava o
rei, considerado como representante de um determinado deus na Terra.
As classes privilegiadas os altos cargos
públicos e monopolizavam o poder, a riqueza e o saber. Viviam ricamente da
exploração do trabalho das massas não-privilegiadas.
Na Mesopotâmia as terras cultiváveis
pertenciam aos deuses; por isso a maior parte delas era propriedade dos templos
e dos governantes.
Essas terras eram entregue aos
camponeses para o cultivo de cevada, trigo, legumes, árvores frutíferas como a
macieira, o pessegueiro, a ameixeira, a pereira e, principalmente, a tamareira.
Pelo direito de cultivar o solo os camponeses eram obrigados a entregar aos
sacerdotes parte do que produziam.
Como grandes proprietários e grandes
exploradores do trabalho dos camponeses, artesãos e escravos, os sacerdotes
acumulavam grandes fortunas.
Além de serem explorados em sua
mão-de-obra pela elite latifundiária, os camponeses e os escravos eram
obrigados a trabalhar coletivamente na construção de obras hidráulicas e de
obras públicas.
CULTURA
1.1 Religião
A religião mesopotâmica era politeísta e
antropomórfica. Cada cidade tinha seu deus, cultuando como todo poderoso e
imortal. Os principais deuses eram: Anu, deus do céu; Shamash, deus do Sol e da
justiça; Ishtar, deusa do amor; e Marduk, criador do céu, da Terra, dos rios e
dos homens.
Além de politeístas, os mesopotâmicos
acreditavam e gênios, demônios, advinhações e magias. Procuravam viver
intensamente, pois achavam que os mortos permaneciam num mundo subterrâneo e
sem esperanças de uma nova vida. Para eles a vida cotidiana e o futuro das
pessoas podiam ser determinados pela posição dos astros no céu. Os sacerdotes
se aproveitaram das crendices para divulgar a astrologia, elaborar os
horóscopos e monopolizar as previsões diárias através da leitura dos astros.
1.2 Artes, Escrita e Ciências
A principal arte da antiga Mesopotâmia
foi, sem dúvida, a arquitetura, principalmente voltada para a construção de
templos e palácios.
Os templos, chamados zigurates, possuiam
na parte superior uma torre piramidal de base retangular, composta de vários
pisos superiores. Provavelmente só os sacerdotes tinham acesso à torre, que
tanto podia ser um santuário como um local de observação de astros.
A pintura e a escultura eram artes
decorativas. Retratavam principalmente temas religiosos e guerreiros e
embelezavam o interior dos templos e palácios, com destaque para baixos-relevos
para assírios.
Os mesopotâmicos utilizavam a escrita
cuneiforme criada pelos sumérios. Essa escrita, como as demais, é uma
extraordinária fonte histórica, pois, através da leitura das plaquetas que chegaram
até nós, podemos conhecer parte das leis, da literatura, das criações
científicas, das práticas comerciais e religiosas e do comportamento social dos
povos que viveram entre os rios Tigre e Eufrades.
Os babilônicos acreditavam na existência
de uma relação entre os astros e o destino dos homens, e, por isso mesmo, a
astronomia era sua ciência predileta. Eles foram os primeiros a fazer a
distição entre planetas e estrelas, a observar várias fases da Lua, os eclipses
e etc. Criaram os sígnos do zodíaco, dividiram o ano em 12 meses, a semana em 7
dias e o dia em 12 horas duplas.
Foram também os principais responsáveis
pelo desenvolvimento da matemática.