Os rins

 

São órgãos pares situados à direita e à esquerda da coluna vertebral, ocupando o direito uma posição inferior em relação ao esquerdo, em virtude da presença do fígado à direita.

Os rins são de cor vermelha escura e com o formato de grão de feijão. Sua principal função é filtrar o sangue, formando então a urina.

A cada minuto, um litro de sangue passa pelos rins. Como temos cerca de 5 litros de sangue, a cada 5 minutos todo o sangue de nosso corpo é filtrado.

Cada um dos rins possui na sua face interna uma abertura chamada hilo renal, por onde passam os vasos sangüíneos e de onde saem os ureteres.

O rim é envolvido por uma membrana chamada de cápsula fibrosa ou renal, e no interior, logo abaixo, encontramos uma região granulosa chamada de camada cortical e logo abaixo a medula.

Cada rim é formado por 1 milhão de néfrons. Esses néfrons medem de 6 a 8 cm e são os responsáveis pela filtração do sangue. O néfron é formado por:

1-           Glomérulo;

2-           Cápsula de Bowman;

3-           Túbulo renal ou excretor;

4-           Alça de Henle;

5-           Túbulo coletor;

6-           Papilas Renais.

Quando as artérias urinárias penetram nos rins, pelo hilo renal, estas vão se ramificando em capilares menores, na camada cortical, formando assim pequenos emaranhados de capilares chamados de glomérulos. Esses glomérulos, quando os rins são tocados, parecem granulosidades.

Ainda na camada cortical, cada glomérulo é envolvido pela Cápsula de Bowman, que irá receber todo o filtrado que saiu do sangue. Não podemos falar que já é urina, pois apresenta uma grande quantidade de água que poderá ser reaproveitada novamente.

Da cápsula de Bowman parte um túbulo renal ou excretor que penetra na camada medular. Ao se aproximar da região mediana dos rins, este túbulo faz uma meia volta (Alça de Henle) indo na paralela do túbulo renal.

A segunda porção do túbulo renal, ao aproximar-se da camada cortical, faz a última meia volta para entrar no túbulo coletor. Tudo aquilo que chega ao túbulo coletor já é considerado urina que está mais concentrada, pois nada mais será reaproveitado.

O conjunto dos dois túbulos renais, mais a Alça de Henle e o Túbulo Coletor vão formar as chamadas Pirâmides de Malpighi.

No final do túbulo coletor, a urina passa gota a gota, pelas papilas renais, onde serão coletadas pelos cálices menores e destes para os cálices maiores (camada medular).

Todos os cálices de um rim conduzem a urina para o bacinete.

Doenças do Aparelho Urinário

Dentre as varias doenças que podem atingir o aparelho urinário destacamos:

 

Cálculos Renais ou Pedras nos Rins

 

Os cálculos renais são formados pela sedimentação ou aglomeração de sais de cálcio, magnésio, ácido úrico, proteínas etc., devido à incapacidade dos rins de eliminar essas substâncias em grandes quantidades.

A ingestão abundante de líquidos favorece a eliminação das "pedrinhas". Quando maiores, os cálculos são retirados por meio de cirurgia.

As causas dos cálculos renais são: eliminação de urina em pouca quantidade, excesso de cálcio e vitamina D, tumores ósseos etc.

 

Cistite

 

É a inflamação da bexiga, pois ao urinar sente-se muita ardência. É causada por bactérias e é curável com orientação médica.

 

Nefrite ou Glomerulonefrite

 

É a inflamação dos rins, sobretudo dos glomérulos.

Uma das causas é a amigdalite causada por estreptococos. Essas bactérias não saem da garganta, mas liberam toxinas que entram na circulacão sangüínea.

Se, em seu percurso, essas toxinas encontrarem anticorpos que impeçam sua ação, não haverá maiores conseqüências, mas se elas atingirem os rins, os anticorpos tentarão destruí-las no interior desse órgão, provocando assim alteração nos tecidos renais.

Sintomas:

1-           Inchaço das pálpebras e tornozelos;

2-           Saem hemácias e albumina (proteína) na urina;

3-           Sobe a taxa de uréia no sangue.

É uma doença grave e deve ser tratada por médicos.

 

Insuficiência Renal

 

A doença mais importante que acomete os rins é a insuficiência renal, aguda ou crônica.

A primeira se manifesta bruscamente, em geral por intoxicação ou infecção bacteriana do glomérulo.

A doença torna irregular a irrigação dos rins e reduz a formação de urina, mas costuma ser reversível.

A insuficiência crônica tem diversas causas, que podem ser infecciosas, congênitas ou metabólicas (obstrução das vias urinárias por cálculos). É caracterizada por uma redução gradual do numero de néfrons ativos, retenção de líquido, acidose e outros sintomas.

Quando os rins sofrem um mal grave e seu funcionamento cai abaixo de níveis considerados mínimos, utilizam-se os chamados rins artificiais para realização da diálise, extração das substâncias tóxicas em excesso no sangue mediante difusão através de uma membrana semipermeável. Também pode se recorrer ao transplante de rins.

Urologia

A eliminação do excesso de líquido do organismo é uma importante função fisiológica que regula não só o volume global de líquidos do corpo, mas também a concentração no sangue de inúmeras substâncias, entre as quais os sais, cujo equilíbrio é vital para a saúde.

Esse processo e os órgãos em que ele tem lugar são o objeto de estudo da urologia.

Urologia é a especialidade médica que estuda o aparelho urinário (rins, bexiga, ureteres e uretra) de ambos os sexos e os órgãos genitais masculinos.

Os órgãos genitais femininos constituem objeto de estudo de outro ramo da medicina, a ginecologia. A urologia inclui a nefrologia, disciplina subsidiária que se ocupa das afecções dos rins e que, em certos contextos, é considerada independente.

 

História

Em 1588 o cirurgião espanhol Francisco Díaz escreveu os primeiros tratados sobre doenças do fígado, dos rins e da uretra, razão pela qual é tido como fundador da urologia moderna.

A maior parte dos procedimentos urológicos modernos foi estabelecida no decorrer do século XIX. Foram inventados cateteres flexíveis para examinar e drenar o fígado e o cistoscópio, este uma criação do urologista alemão Max Nitze, que instalou uma lâmpada elétrica na extremidade de um instrumento tubular de exame. Introduzido na uretra, o cistoscópio permite que o urologista veja o interior da bexiga.

As primeiras décadas do século XX testemunharam o desenvolvimento de várias técnicas de raios X que se mostraram extremamente úteis no diagnóstico de distúrbios do aparelho urinário. A cirurgia urológica esteve limitada à remoção de cálculos da bexiga até 1869, quando o cirurgião alemão Gustav Simon demonstrou que o homem pode sobreviver à remoção de um rim, se tiver o outro rim saudável.

 

Instrumental

Na prática urológica, usam-se instrumentos específicos para diagnóstico e tratamento de algumas afecções, entre eles os cateteres e sondas destinados ao esvaziamento vesical, sondagens e dilatações ureterais e uretrais.

Essas sondas e cateteres evacuadores ou dilatadores tanto podem ser metálicos, de borracha ou de fibras gomadas.

Os uretroscópios, destinados ao exame e tratamento da uretra, são aparelhos de visão direta e apresentam, geralmente, uma lupa que proporciona visualização ampliada da lesão.

Os cistoscópios servem não só para o exame do interior da bexiga, mas também para auxiliar a introdução de um cateter especial nos ureteres (cateterismo ureteral). Apresentam um telescópio com sistema de 18 lentes e iluminação elétrica. Nos mais modernos, a luz é transmitida da fonte por fibras de vidro.

A cistoscopia e a uretroscopia, bem como o cateterismo ureteral, podem ser realizadas com um cistoscópio especial (panendoscópio), que permite todas as incidências de visão.

Os ressectores são instrumentos usados fundamentalmente em cirurgia para ressecção de tumores vesicais, prostatectomias, estreitamentos do colo vesical, válvulas congênitas da uretra posterior e outras lesões tanto uretrais quanto vesicais.

Os litotridores são instrumentos destinados a fragmentar cálculos do interior da bexiga e removê-los. O uso de raios laser em urologia deu origem ao procedimento denominado litotripsia extracorpórea, que elimina cálculos renais sem necessidade de cirurgia.

 

Exames subsidiários

 

Utilizam-se em urologia exames de laboratório para confirmação e esclarecimento de diagnósticos clínicos. Dentre eles, destacam-se os exames de urina, que podem ser físicos, químicos e biológicos, bem como as provas de diluição e concentração, que fornecem dados a respeito do funcionamento renal.

As provas radiológicas, por meio das quais se obtêm informações e imagens importantes sobre a morfologia, o amanho, posição e as alterações das vias urinárias, podem ser:

1-           Urografia excretora, quando o contraste introduzido na veia é eliminado pelos rins;

2-           Pielografia, quando o contraste é introduzido nas vias urinárias altas (ureter, pélvis e cálices) com auxilio do cateter ureteral e cistoscópio;

3-           Uretrocistografia, quando o contraste é injetado na bexiga pela uretra, exame indicado em crianças com infecções urinárias recidivantes quase sempre ocasionadas pelo refluxo vésico-ureteral, isto é, pelo retomo da urina para o ureter; e

4-           Arteriografia Renal, quando o contraste é injetado diretamente na artéria renal, obtendo-se em seguida radiografias em série tomadas a curtos intervalos, que podem revelar alterações nas artérias e ajudar a avaliar a possibilidade de se utilizar o rim de um doador nos casos de transplantes renais.

A cintilografia renal, exame realizado com radioisótopos, e a ultra-sonografia de rins e vias urinárias são modernos métodos de diagnóstico por imagem que fornecem dados sobre a morfologia e fisiologia de rim e das vias urinárias, além da existência de tumores ou cistos.

 

Terminologia

 

Chama-se freqüência urinária o número de micções num período determinado.

Disúria é qualquer distúrbio de micção, mas pode significar também micção dolorosa.

Poliúria é o aumento de volume da urina em cada micção, geralmente associado a uma freqüência urinária maior do que a normal.

A polaciúria (ou polaquiúria) consiste num aumento de freqüência com redução acentuada de volume, acompanhada quase sempre de dor.

Urgência significa necessidade imperiosa de urinar, enquanto tenesmo quer dizer o espasmo bastante doloroso que ocorre ao final da micção.

Incontinência urinária é a emissão involuntária de urina.

Enurese vem a ser a incontinência urinária noturna.

A retenção urinária resulta da impossibilidade de micção.

Hematúria é a emissão de urina sanguinolenta, podendo ser inicial, terminal ou total, conforme a presença de sangue se verifique, respectivamente, no início, fim ou durante toda a micção.

Piúria quer dizer pus na urina, enquanto uremia é a retenção de produtos tóxicos no sangue (principalmente uréia), por ausência ou insuficiência de eliminação renal.

Anúria é a ausência de urina.

Trabalho Elaborado por  Diogo Cezar Teixeira Batista